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Cidade esponja

Fortes chuvas dos últimos três dias comprovam mais uma vez a função de área alagável dos parques de Curitiba

Parque Barigui, um dos parques alagáveis da cidade, após as chuvas dos últimos dias. Curitiba, 09/12/2024. Foto: Pedro Ribas/SMCS

Os 160 milímetros de chuva que caíram no Parque Barigui nos últimos três dias, de sexta (6/12) até a manhã desta segunda-feira (9/12), mais uma vez comprovaram a eficácia do parque como uma área alagável de Curitiba, seguindo o conceito de “cidade esponja”. Segundo dados da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil de Curitiba, nesta segunda-feira (9/12) o tempo vai continuar chuvoso na capital paranaense com previsão de um acumulado de 50,5 milímetros de chuva.

A função de retenção de águas do Parque Barigui foi pensada na década de 1970, e desde a inauguração do parque, em 1972, vem evitando que outras áreas residenciais, que ficam após o parque, alaguem. Mas não é somente o Parque Barigui que tem essa função na cidade.

Os lagos dos parques São Lourenço, Bacacheri, Tingui e Atuba também têm a mesma função de fazer a contenção da água das chuvas. Os dois principais rios da cidade, o Barigui e o Belém, passam dentro dos parques Tingui, Barigui (Rio Barigui) e São Lourenço (Rio Belém). Todos os parques da cidade foram implantados em áreas estratégicas para evitar enchentes em espaços residenciais.

Quando as fortes chuvas chegam na cidade, como foi neste fim de semana, os rios sobem e extravasam dentro das áreas dos parques, que conseguem absorver melhor essa grande quantidade de água e evitam enchentes em outras partes da cidade.  

Parques lineares

A Prefeitura de Curitiba também criou parques lineares, a partir de 2003, que ficam ao lado de rios da cidade. Os parques lineares são o Cajuru (bairro Cajuru), Mairi (na divisa dos bairros Cidade Industrial de Curitiba - CIC e Fazendinha), Mané Garrincha (CIC) e Yberê (Campo de Santana).

Essas áreas verdes ajudam a preservar as faixas de drenagem de rios e ajudam a prevenir enchentes. Os parques também evitam novas ocupações irregulares e oferecem às populações locais uma alternativa de lazer e recreação integrados com a natureza.

Reserva Hídrica do Futuro

Em breve, Curitiba terá mais uma área que funcionará como retenção das águas das chuvas. A primeira etapa da Reserva Hídrica do Futuro no bairro Umbará será inaugurada ainda neste mês de dezembro. O espaço terá mais um parque, ainda sem nome definido, que terá a função de reter as águas da chuva.

A Reserva Hídrica do Futuro vai favorecer a formação de lagos que poderão suprir o abastecimento de água para a população em momentos de estiagem. 

A implantação da primeira área do projeto fica no terreno de aproximadamente 300 mil metros quadrados, que começa na Rua Nicola Pellanda e segue em direção à BR-116, e que foi desapropriado pela Prefeitura de Curitiba. O local também será um parque e receberá um Centro de Educação Ambiental.

A área total da Reserva Hídrica do Futuro dentro de Curitiba é estimada em 26 km de extensão, sendo 70% em área de água e lagos. O primeiro trecho do projeto vai passar pelos bairros Caximba, Campo de Santana, Umbará e Ganchinho. Já o segundo trecho vai da BR-277 até o Rio Atuba, passando pelos bairros Alto Boqueirão (Zoológico), Boqueirão (Parque Náutico), Uberaba (Parque da Imigração Japonesa) e Cajuru (Parque Peladeiros e Cajuru).

Em 2021, foi assinado o Decreto Municipal nº 1.478/2021 que instituiu um grupo de trabalho da Reserva Hídrica do Futuro em Curitiba, coordenado pela Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Amigo dos Rios

O programa Amigo dos Rios da Secretaria Municipal do Meio Ambiente está constantemente monitorando os rios e córregos da cidade, realizando limpezas para remover não apenas materiais vegetais, mas também itens descartados indevidamente pela população, como sofás, fogões e colchões.

Implantado em 2019, o Amigo dos Rios visa à melhoria e recuperação dos rios da cidade, com uma série de ações voltadas para a regularização das ligações de esgoto, fiscalização, limpeza de rios, obras e Educação Ambiental. 

É um trabalho amplo e integrado, que envolve também a comunidade com a formação de grupos de apoio local, como prioridade para o Rio Belém (e suas microbacias), que nasce e termina dentro da cidade. 

O Amigo dos Rios também trabalha nas outras bacias da cidade nos rios Passaúna, Barigui, Atuba, Iguaçu e Ribeirão dos Padilha.