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De mãos dadas

FAS e instituições religiosas unem esforços no atendimento a 2.850 pessoas em vulnerabilidade social

Projeto Alegria na Cidade Refúgio tem parceria da FAS com a Igreja ABBA, no atendimento de crianças e adolescentes em vulnerabilidade social, na Vila Verde/CIC. Curitiba, 03/04/2025. Foto: José Fernando Ogura/SECOM

As parcerias com instituições religiosas é uma das formas que a Fundação de Ação Social (FAS) utiliza para promover direitos e oportunidades para famílias e pessoas em situação de risco e vulnerabilidade. Como resultado, 2.850 pessoas são atendidas por 36 entidades ligadas a grupos religiosos que colaboram com a FAS por ano.

As atividades abrangem diversos públicos, desde crianças e adolescentes, pessoas em situação de rua, usuários de álcool e drogas e idosos. As ações envolvem serviços de acolhimento institucional, convivência e fortalecimento de vínculos e defesa e garantia de direitos, entre outros. 

Para o presidente da FAS, Renan de Oliveira Rodrigues, os esforços conjuntos entre o poder público e instituições religiosas é de grande importância. “As parcerias com as igrejas são fundamentais para a FAS e para toda a Prefeitura de Curitiba, pois fortalecem o trabalho social nas comunidades e ampliam o alcance das ações em favor das pessoas que mais precisam. Nesta gestão queremos fortalecer ainda mais essa parceria”, esclarece Rodrigues.

Alegria na Cidade Refúgio

Um exemplo deste tipo de parceria é o projeto Alegria na Cidade Refúgio, desenvolvido, desde o ano de 2009, pela Abba Promoção Social (Abbaps), organização da sociedade civil ligada à Comunhão Cristã Abba. O projeto atende 58 crianças e adolescentes com idades entre 6 e 17 anos, moradoras da Vila Verde, na CIC. São oferecidas atividades como aulas de circo, música, teatro, artes e culinária.

A presidente da Abbaps, pastora Celina Novaes Portella dos Santos, explica que o projeto surgiu do reconhecimento das necessidades da comunidade da Vila Verde. Então, a Abbaps criou o projeto, que foi aprovado pela coordenação da FAS e do Cras do bairro. “A igreja pensou, realizamos e fizemos a parceria com a FAS. Sem essa parceria nós teríamos dificuldades em nos apresentar para a sociedade”, explica Celina.

O trabalho desenvolvido com as crianças segue diretrizes da FAS e tem como objetivo evitar a permanência delas nas ruas e a evasão escolar. Meninos e meninas aprendem noções de autocuidado, cidadania e meio ambiente. 

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Celina Novaes Portella dos Santos, pastora.

Os participantes chegam ao projeto após as famílias serem atendidas pelas assistentes sociais do Cras. Este órgão faz a análise da situação de vulnerabilidade das famílias e encaminha crianças e adolescentes para o projeto, conforme as necessidades verificadas.

De acordo com a pedagoga do projeto, Vilma Bueno, a importância da parceria com a FAS está não apenas no aporte financeiro, mas no atendimento de cada criança. "Quando é detectada qualquer necessidade mais urgente, a FAS encaminha para serviços de saúde, de dentista, psicólogo. A criança é vista como um todo.”

Casa do Servo Sofredor

Outra história de parceria que deu certo é com a Associação da Casa do Servo Sofredor, que faz acolhimento institucional de pessoas em vulnerabilidade social.. 

Criada pela Ordem dos Irmãos da Bem Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, os frades Carmelitas, no ano de 1994, a instituição atende mais de 250 pessoas em Curitiba, Contenda e Paranavaí. Duas casas de acolhimento ficam na capital paranaense, sendo uma masculina e outra para mulheres. No Mosteiro Monte Carmelo, sede da organização, 72 homens com idades entre 18 e 59 anos recebem atendimento.

As pessoas chegam à casa por solicitação das famílias ou encaminhadas após triagem da FAS. Uma vez recebidos, eles recebem atendimento de psicólogos, assistentes sociais e dentista. Além disso são encaminhados para os órgãos governamentais para que sejam inseridos em políticas públicas, conforme o caso.

Como parte do processo de reabilitação, os acolhidos trabalham na manutenção da casa, seja fazendo a limpeza, a cozinha ou em demais atividades, tais como cuidados com a horta, leitura e lazer. Também participam de reuniões de Alcoólicos Anônimos e Narcóticos Anônimos e atividades que buscam desenvolver um novo propósito de vida. 

Após o período necessário, eles são encaminhados para as Casas de 2º Passo, moradias provisórias, para reinserção social e profissional.

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João Bernardes Alves, frei.

O diretor- presidente da Associação, frei João Bernardes Alves, entende que a parceria entre as Casas e o poder público é de grande valia na manutenção da missão. “É uma força formada da união. O que podemos fazer juntos pela sobriedade na vida de uma pessoa ultrapassa o valor econômico.”

Um dos atendidos no local, J.E.S., de 39 anos, trabalhador da construção civil, está há mais de dez mês em tratamento e vê nas Casas uma oportunidade de reconstruir a vida e se reconectar com a família. M.T.S. de 26 anos, trabalhava na instalação de ar-condicionado. Conseguiu uma vaga por encaminhamento da Secretaria Municipal de Saúde e espera concluir o processo para ir a uma das Casas de 2º Passo e dar novo rumo para sua vida.

J.H.Y, venezuelano de 50 anos, auxiliar de serviços gerais. Ele está há sete meses nas Casas e hoje é um monitor, ajudando na organização do local para aprender a assumir novas responsabilidades, além fazer o tratamento. Entende que a importância da casa é ajudar a “sair desse mundo e se inserir de novo na sociedade, com um emprego e quem sabe, um dia visitar a Venezuela.”