A comissão de análise de engenharia do projeto Vida no Trânsito debateu nesta quinta-feira (7) o respeito da faixa de segurança do pedestre pelo condutor de veículo. Para melhorar o comportamento do motoristas, as ações do poder público devem investir em ações que promovam a mudança de mentalidade, para que a faixa de pedestre seja respeitada mesmo que não haja outro tipo de sinalização no local (vertical ou horizontal), como já acontece em muitas cidades brasileiras.
“O condutor de veículo em Curitiba não respeita a sinalização do pedestre. Ele tem a ideia de que a rua é sua e se comporta como se a parada para dar passagem a um pedestre fosse um favor que está prestando, quando na verdade a rua é uma área de convivência. O condutor precisa ter consciência que é seu dever respeitar o pedestre no trânsito”, diz Caroline Klein, engenheira de operação de trânsito da Setran (Secretaria Municipal de Trânsito) e integrante da comissão.
Da mesma forma, o pedestre deve procurar uma comunicação melhor com os condutores. “Ele deve ter uma percepção de uma travessia segura, confirmar se foi mesmo visto pelo condutor. Esse comportamento que queremos desenvolver entre pedestres e condutores”, completa.
Um projeto-piloto, que deve ser implantado em breve em algumas ruas de Curitiba, prevê orientação aos motoristas para que deem preferência ao pedestre assim que ele pise na faixa de segurança. A intenção é ver se a ação de respeito à faixa se manterá nos locais depois que não houver uma fiscalização efetiva.
Educação
Entre as ações debatidas pela comissão de educação estão as criações de um site específico do Vida no Trânsito em Curitiba; página em mídias sociais para ajudar na disseminação do projeto; vídeo/peça publicitária para divulgar o projeto. A comissão também vai levantar indicadores na área de educação no trânsito para avaliar o impacto do projeto na cidade e desenvolver ações pontuais do Vida no Trânsito para públicos distintos e segmentados.
A intenção é conseguir o maior envolvimento possível da comunidade, incentivando a participação de igrejas, associações de bairro e outras entidades representativas da sociedade. Jovens e idosos também são focos das ações de educação.
“Precisamos conhecer como chegar a todas as faixas etárias. A linguagem para a comunicação com o adulto não é a mesma que para o jovem. Se apresentarmos uma linguagem muito formal em campanhas, o jovem não é atraído a participar. Muitos deles já dirigem e estão envolvidos nas questões de acidentes de trânsito relacionados a consumo de álcool”, informa Juan Ramón Franco, coordenador de educação no trânsito do Detran-PR e participante da comissão.