Com a confirmação dos primeiros casos de mortes causadas pelo novo coranavírus em Curitiba, a secretária municipal da Saúde da capital, Márcia Huçulak, reforça que toda a gestão da crise causada pela pandemia está baseada num objetivo principal: atender o máximo possível de pacientes com a covid e reduzir ao máximo o impacto para a população, principalmente as mortes de pacientes.
“Nosso plano de contingência começou a ser desenvolvido ainda em janeiro. Agora entramos na fase em que, infelizmente, temos casos de pacientes que morrem por conta da doença, como acontece em todas as partes do mundo num patamar mais acentuado”, diz ela.
“Nosso desafio – como de resto para o mundo inteiro – é diminuir o impacto da pandemia para a saúde da população.”
Márcia lembra que o município promoveu uma ampla reorganização da rede de saúde municipal e está contratando 428 novos profissionais de saúde, sendo 50 médicos. O número de leitos para UTI está tendo um incremento de 31%, chegando a 998. Já os das vagas em geral na rede, incluindo os leitos de menor complexidade, cresceram 15%, para um total de 6.230.
Esse crescimento é importante para atender os casos do novo coronavírus e vem acompanhado de outra medida: a suspensão de atendimentos eletivos (aqueles que não são urgentes).
Dessa forma, concentra-se esforços e estrutura para o enfrentamento à pandemia, com leitos de UTI para atendimento dos pacientes mais graves e os demais para pacientes menos graves.
Trabalho longo
”Estamos só no começo de uma corrida de longa distância”, diz Márcia. “O trabalho para achatar a curva de transmissão do vírus, a fim de permitir que a rede de saúde possa prestar o atendimento a quem precisa, vai ser feito ao longo de meses”, diz ela. “Haverá períodos em que será necessário menos flexibilidade e mais restrições ao convívio social e outros com mais flexibilidade.”
Ela lembra que esse trabalho exige avaliação e calibragem permanente de acordo com a evolução da doença na cidade. E que é fundamental que a população mantenha o distanciamento social e as práticas de higiene contra o vírus.
“É um momento de união de esforços, que devem ser voltados ao combate da pandemia, com foco na técnica e nas práticas epidemiológicas adequadas”, reforça.
Segundo Márcia, a equipe da SMS está em contato permanente com as demais autoridades de saúde e outros agentes do setor, discutindo e encaminhando ações e sugestões que venham a contribuir para o combate à covid-19.
“Precisamos dar foco técnico às demandas. Em momentos como este surgem muitas ideias que nem sempre estão alinhadas a boas práticas de gestão de saúde, mas que se proliferam na sociedade. Faz parte do esforço do momento separar o joio do trigo.”