O Programa de Residência Médica em Psiquiatria de Curitiba teve quatro trabalhos aprovados e dois vencedores no Prêmio Jovem Pesquisador, promovido pelo congresso de neurociências Brain, Behavior and Emotions (na tradução: Cérebro, comportamento e emoções), que termina neste sábado (10/6), em Florianópolis (SC).
Os quatro projetos também serão publicados no periódico científico Dementia & Neuropsychologia (Demência e Neuropsicologia), da Academia Brasileira de Neurologia. O Programa de Residência Médica é desenvolvido pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS), em parceria com a Fundação Estatal de Atenção à Saúde (Feas).
O projeto Perfil de Pacientes Admitidos na Unidade de Estabilização Psiquiátrica [ (UEP) Casa Irmã Dulce], em Curitiba, de autoria do médico Lucas Martins Teixeira, foi um dos premiados.
O estudo faz um levantamento epidemiológico do perfil dos pacientes e os desfechos das internações na unidade. “Creio que o trabalho despertou o interesse dos avaliadores porque a UEP é uma iniciativa inovadora e exitosa. Não há muitas experiências semelhantes no país”, afirmou Lucas.
Inovação
A UEP a que Lucas se refere fica no bairro Tatuquara e utiliza uma estratégia inovadora da política de saúde mental de Curitiba.
Nesse caso, o acolhimento dos pacientes é feito pela unidades de saúde e de pronto atendimento (UPAs). Quando indicado, eles são encaminhados para a UEP. Ter o acesso regulado à Casa Irmã Dulce é uma inovação.
Qualificação
A diretora de Atenção à Saúde da fundação, Tatiane Filipak, destacou a importância de investir na formação profissional. “Nossa missão, como instituição de ensino, é oferecer sempre a melhor qualificação aos profissionais de saúde, impactando diretamente a qualidade da assistência à população”, disse.
Além de Psiquiatria, o programa oferece formação em Clínica Médica, Medicina de Família e Comunidade, Medicina de Emergência, Geriatria e Medicina Intensiva.
A médica psiquiatra Olívia Figueira participou da orientação desses projetos e falou da importância em ter ciência e prática lado a lado. “Esses trabalhos mostram a qualidade técnica dos nossos residentes, além da diversidade do trabalho realizado por eles”, apontou Olívia.
A orientadora ressalta o comprometimento dos profissionais. “Quando os residentes se propõem a fazer um trabalho, além dessa carga horária, isso demostra o quanto estão engajados com o serviço, com os pacientes e com o SUS”, observou.
Simpósio
Para fomentar a pesquisa científica, a Feas estimula a participação em congressos e realiza eventos para divulgação dos projetos e troca de experiências. Um exemplo é o Simpósio de Pesquisa Científica da instituição, que teve a terceira edição realizada na última terça-feira (6/6).
“O evento reforçou a missão e o compromisso da fundação em promover a pesquisa científica como ferramenta fundamental para o avanço da saúde e o desenvolvimento de soluções inovadoras no campo da saúde”, explicou a gerente do Centro de Ensino e Pesquisa da fundação, Isabel Zanata.
Além de palestras sobre ética em pesquisa, um assunto de extrema relevância que requer uma abordagem cuidadosa e responsável, a programação contou com oficinas para apresentação de metodologias e foi acompanhada por um público de 70 profissionais da Feas.