Começam nos próximos dias as obras de restauro e revitalização do Palácio Belvedere, na Praça João Cândido, no São Francisco. A ordem de serviço para o início das intervenções no prédio histórico foi assinada pelo prefeito Rafael Greca, na tarde desta terça-feira (20/11), durante a solenidade de lançamento do programa Rosto da Cidade, no Largo da Ordem.
Os investimentos na revitalização virão de recursos do potencial construtivo e ficam em torno de R$ 1.170.000,00. O valor é cerca de 20% mais baixo do que o máximo previsto no edital de licitação lançado em meados de setembro deste ano, de R$ 1.458.287,97.
Os trabalhos fazem parte dos esforços que o município vem fazendo para recuperar a região central (e histórica) da cidade. Serão feitos o restauro interno e externo do edifício conforme as especificações técnicas. “Vamos recuperar a identidade da cidade, aqui vale a herança cultural”, disse o prefeito.
Greca lembrou do incêndio que atingiu o Belvedere às vésperas do Natal do ano passado. “Minha ideia é que no Natal do ano que vem, o prédio já esteja abrigando a Academia Paranaense de Letras (APL) e o café escola do Sesc Paraná”, completou. De acordo com a secretária do Meio Ambiente, Marilza Oliveira Dias, as obras devem estar concluídas em cerca de oito meses.
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Recursos
O processo licitatório foi possível após a aprovação do uso de recursos do Fundo Municipal do Patrimônio (Funpac) para o restauro, que aconteceu em uma reunião ordinária do Conselho Municipal do Patrimônio em meados do mês de agosto.
O montante, de R$ 384.500,00, complementou o valor necessário para o restauro do prédio, tombado pelo Patrimônio do Estado e cadastrado como Unidade Especial de Interesse de Preservação (UIEP) e que foi danificado por um incêndio em dezembro do ano passado.
O prefeito Rafael Greca já havia assinado, em junho de 2017, o decreto de transferência de R$ 1,073 milhão em recursos de potencial construtivo para o restauro do edifício. Porém, após o incêndio, o valor da obra subiu para cerca de R$ 1,4 milhão.
História
Tombado pelo Estado, o exemplar arquitetônico desenhado com linhas art nouveau foi construído em 1915, pelo então prefeito Cândido de Abreu, para ser um mirante no ponto mais alto urbanizado da capital.
“A conservação é memória de justiça a Cândido Ferreira de Abreu, que foi prefeito de Curitiba por duas vezes”, disse Greca, em visita ao espaço. Em seu mandato de 1915, lembrou o prefeito, além de erguer o Belvedere, Cândido de Abreu fez os bondes elétricos e outras grandes melhorias na cidade. A edificação teve outros usos, como a sede da primeira rádio do Paraná, a Rádio Clube Paranaense, e o ateliê do escultor João Turin.