O esforço liderado pela Prefeitura para tornar o Centro da cidade mais seguro já pode ser percebido pela sociedade. “Estamos vendo o policiamento ostensivo mais presente e essa percepção é geral”, observou o vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio) e representante setorial na Comissão de Redesenvolvimento da Região Central, Paulo Nauiack.
Paulo Nauiack, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná.
A ação é a Operação Integrada Centro Seguro e tem o apoio das polícias e da Guarda Municipal, além de órgãos da área social da administração municipal. Para ele, isso revela o cuidado com a área central a partir da segurança pública e que, futuramente, deverá trazer resultados para os negócios. “Estamos ansiosos pelos primeiros resultados”, disse.
Problemas pontuais
Para o empresário do setor imobiliário Jean Michel Galiano, da Associação Comercial do Paraná (ACP), a ação proposta pela Prefeitura e seus parceiros deve corrigir problemas pontuais do bairro e fazê-lo crescer. Galiano coordena o Programa Centro Vivo, surgido há duas décadas para enfrentar o processo de esvaziamento do comércio da região, em decorrência da expansão dos shopping centers.
Jean Michel Galiano, empresário do setor imobiliário.
Para o empresário, o fato de essa área registrar ocorrências como pequenos furtos não significa que ela seja insegura, mas revela um desafio comum a qualquer grande cidade. A situação, diz, é pontual e não define o Centro - que não para de ganhar moradores e novos estabelecimentos comerciais. “Afirmo isso porque já morei no Centro, minha empresa fica no Centro e almoço todos os dias em restaurantes do Centro. Eu me sento nos bancos da Praça Santos Andrade depois do almoço e fico observando o lugar. Além disso, minha mulher e minhas netas adoram fazer compras na Rua XV”, argumentou.
A sensação de segurança também é partilhada por quem vem de fora. É o caso da psicopedagoga baiana Maria de Lourdes Freitas Leal Pita, de Salvador. Fã de Curitiba, ela está em visita à cidade pela quarta vez e afirma sentir-se segura aqui. “Já saí à noite, ontem, e quero voltar muitas vezes. Gosto da cidade”, disse, de saída da Catedral com uma amiga.
Maria de Lourdes Freitas Leal Pita, turista.
O começo pela segurança
O autônomo José Mauro Gil pensa que, no quesito segurança, o prefeito Eduardo Pimentel está no caminho certo. “Não é um trabalho fácil ou rápido, mas desejo que ele realize o maior sonho do curitibano: ter o Centro como era antigamente, para sair quando quiser e se sentindo seguro. Vejo que ele tem boa vontade”, opinou.
José Mauro Gil, autônomo.
Frequentador habitual da Rua XV, o corretor de imóveis Jacob Tauscheck já observou resultados do trabalho da Fundação de Ação Social (FAS), que é um dos órgãos integrantes do Centro Seguro, ao longo da via. Segundo ele, diminuiu a presença de pessoas em situação de rua com a abordagem social do órgão, que visa levar para abrigos quem não tem onde morar. “É um projeto de revitalização excelente e que começa pela segurança”, avaliou.
Jacob Tauscheck, corretor de imóveis.
O coordenador dos cursos de Tecnologia de Segurança Pública e de Gestão do Trânsito e Mobilidade Urbana do Centro Universitário Uninter, professor Gérson Luiz Buczenko, também observa a nova forma integrada de policiamento, que protege os alunos e funcionários dos campus da instituição de ensino.
Gérson Luiz Buczenko, coordenador dos cursos de Tecnologia de Segurança Pública e de Gestão do Trânsito e Mobilidade Urbana do Centro Universitário Uninter.
“Já se nota a presença ostensiva e repressiva das viaturas. Que isso venha para ficar”, ponderou o especialista, que torce pela criação de uma cultura policial de caráter cada vez mais comunitário na cidade.