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Acampamento simbólico relembra início da luta na Vila Xapinhal

A comemoração da regularização da Vila Xapinhal começou nesta sexta-feira (16). Com barracas montadas e ao som de música animada, moradores se reuniram na Associação de Moradores Nossa Luta, para relembrar a madrugada do dia 9 de outubro de 1988. 16/10/2015 Foto; Levy Ferreira

A comemoração da regularização da Vila Xapinhal começou nesta sexta-feira (16). Com barracas montadas e ao som de música animada,  moradores se reuniram na Associação de Moradores Nossa Luta, para relembrar a madrugada do dia 9 de outubro de 1988. O ato simbólico contou com moda de viola e roda de chimarrão para reunir muitos daqueles que estavam juntos 27 anos atrás. O ato oficial será realizado neste sábado (17), com presença do prefeito Gustavo Fruet, que assina decreto que permite que cada uma das 1.738 famílias obtenha a escritura de propriedade dos lotes.

Antonio Gonçalves Batista, 69 anos,  junto com a família fez parte dessa trajetória “Foi um tempo difícil. Mas quando recebemos a notícia que poderíamos construir nossa casa no lugar das lonas ficamos muito felizes. Alegria maior estou sentindo agora que vou ter a escritura de propriedade do meu lote”, comemora.

A mãe do auxiliar de serviços gerais João Batista Mendes, 58 anos, não esteve presente para ver o filho receber das mãos do prefeito o certificado de propriedade; Ela faleceu na esperança de um dia isso acontecer. “Vim para o acampamento com a minha mãe por não termos mais condições de pagar aluguel. Assim como os demais, passamos pelas dificuldades de ter que morar em uma barraca”, diz João Batista que lembra como era impossível pegar ônibus na região: “Não tinha ponto de ônibus e para embarcarmos acenávamos para o motorista que parava para a gente entrar”, conta.

Eram tantas famílias passando por dificuldades semelhantes que dona Iracema Santos da Silveria, 65 anos, era considerada a irmã mais velha. Era ela quem fazia a comida para o chamado “grupo de negociadores” da época e lembra como se fosse ontem de tudo que viveu “Dividíamos o pouco que tínhamos. Mas uma das coisas que mais lembro é que tínhamos que dividir espaço com animais peçonhentos. Mais de dez pessoas morreram por picada de escorpião”, conta Iracema.

Já Nadir Costa, 52 anos, é autônomo e na época do acampamento mudou o horário do trabalho para estar antes das seis horas no Ceasa junto com os amigos para arrecadar verduras e legumes para o conhecido sopão que dona Iracema fazia com a ajuda dos moradores para servir todos os desabrigados da ocasião “Hoje, além de trabalhar por conta, eu e minha esposa temos um comércio no mesmo local onde um dia tínhamos apenas uma barraca”, comemora Nadir.

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