ESCOLA PARANISTA I, II e III
222 x 150 x 5 cm cada
Mello Viana - acrílica sobre tela - 1992
Reprodução em Canvas
Acervo Fundação Cultural de Curitiba
A trilogia Escola Paranista foi adquirida na década de 1990 pela Fundação Cultural de Curitiba e hoje integra o acervo do Museu Municipal de Arte (MUMA). Concebidos em 1992 pelo artista Mello Viana, os quadros retomam o tema do Paranismo, movimento de valorização da identidade paranaense, que teve na arquitetura, na escultura e no design, João Turin como seu grande paladino. Movimento efervescente entre 1927 e 1930, seis décadas depois, sob a perspectiva do artista Mello Viana, os símbolos paranistas como o pinheiro e o pinhão, assim como renomados pintores da paisagem do Paraná são inseridos numa releitura regional da emblemática obra francesa A Liberdade Guiando o Povo, do pintor Eugène Delacroix, sobre a Revolução de 1830 na França, também conhecida como Três Gloriosas.
Em sua releitura, o artista recorta a clássica obra em:
Escola Paranista I - retrata um pinheiro sem vida nas mãos de um personagem de cartola, cujos traços remetem ao artista Zaco Paraná. Ao fundo, um grupo formado pelas imagens de Alfredo Andersen, pai da pintura paranaense, com sua paleta de cores sob o braço, seguido de Estanislau Traple, Osvaldo Lopes e Artur Nísio. Sob uma aura branca a figura de Lange de Morretes. Na versão original o homem de cartola empunha uma arma.
Escola Paranista II - traz um indivíduo sem face visível como alusão à figura original do jovem que empunha armas em ambas as mãos. Na releitura paranaense, o personagem, pisando sobre cabeças, segura numa das mãos um pinheiro sem vida e na outra um controle remoto. No lugar das torres de Notre Dame, a fachada do Museu de Arte Contemporânea de Curitiba e, entre destroços, um cavalete de pintura.
Escola Paranista III - Delacroix retrata no centro de sua tela, como metáfora da liberdade, uma mulher com o peito nu empunhando em uma das mãos uma baioneta e na outra a bandeira da França. Mello Viana substitui o estandarte francês por um pinheiro com raiz e copa e a arma por um escudo em formato de pinhão, símbolos regionalistas. Em primeiro plano, um animal cujas formas remetem aos felinos retratados em muitas das esculturas de João Turin. Ao fundo, da esquerda para a direita, as figuras dos artistas Miguel Bakun, Theodoro de Bona, Guido Viaro e Poty Lazzarotto, que tem sobre sua cabeça a capa da revista Joaquim, editada entre 1946 e 1948 como meio de ruptura ao provincianismo dominante nas artes e literatura paranaense. Periódico no qual Poty foi colaborador.