A política de Saúde Mental está pautada na Atenção em Rede. Assim, a Atenção Básica compõe a Rede de Atenção Psicossocial - RAPS. No município de Curitiba a Atenção Básica é constituída por 9 Distritos Sanitários, 109 Unidades de Saúde - destas, 55 com Estratégia de Saúde da Família - e 29 Núcleos de Apoio à Saúde da Família - NASF - estes compostos por várias categorias, dentre elas psicólogo e psiquiatra.
Os Distritos Sanitários apresentam características diferentes, podendo contar ou não com equipamentos de saúde mental em seu território, mas todos referenciam para CAPS, Ambulatório, Hospital-Dia, Hospital Integral e UPA, ou seja, a todos os pontos da Rede de Atenção Psicossocial.
A Atenção Básica, responsável pelo cuidado dos usuários com transtornos mentais, pode realizar a assistência com acolhimento, acompanhamento médico, medicação, oferta de grupos e visitas domiciliares, assim como orientação e cuidado com os familiares. Durante seu acompanhamento, os usuários poderão ter a necessidade de cuidado em outros pontos de atenção da RAPS, o que leva a uma mudança na equipe de referência, porém o projeto terapêutico singular de cada usuário sempre deverá levar em conta a UMS e o seu território.
As equipes da Atenção Básica recebem o apoio matricial dos psicólogos e psiquiatras dos NASF. Estes são os responsáveis por qualificar as equipes quanto ao manejo e atuar com elas em atendimentos compartilhados, discussão de casos, visitas domiciliares e realização de grupos para usuários e/ou familiares. Os profissionais dos NASF poderão ainda, se entenderem necessário, realizar atendimentos individuais, pontuais, para avaliação.
O Apoio Institucional em Saúde Mental, uma tecnologia aplicada em 2013, coloca um profissional como responsável pela articulação do seu território, ou seja, cabe-lhe costurar as ações das UMS, dos NASF e dos pontos da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS). Para tanto, reporta-se aos grupos condutores e a outras estratégias de gestão, como participação em reuniões de equipe e fóruns, entre outras. O apoio também é responsável pela regulação do território e pela gestão local da política de saúde mental, procurando articular a rede de saúde e intersetorial, para o melhor cuidado dos usuários com transtornos mentais.
A área técnica da Atenção Psicossocial
A Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba organizou uma rede de atenção voltada a pessoas com transtornos mentais composta por diferentes dispositivos de cuidado: Os CAPStm - Centros de Atenção Psicossocial tem como objetivo oferecer atendimento a pessoas com transtornos mentais severos e persistentes em seu território, realizando ações que visem autonomia e reinserção social pelo acesso ao trabalho, lazer, exercício dos direitos civis e fortalecimento dos laços famiiares e comunitários, sendo um equipamento substitutivo aos internamentos em hospital psiquiátrico. Em Curitiba existem 2 CAPStm (CAPS II Bigorrilho e CAPSII Portão) com funcionamento das 8 às 18:00 e 2 CAPStm III (CAPSIII Boa Vista e CAPSIII Boqueirão) com funcionamento 24 horas: Os CAPS possuem articulação com rede de saúde (Unidades de Saúde) como também parcerias intersetoriais para a construção de um projeto terapêutico que contemple as necessidades de cada pessoa em atendimento. Além dos CAPS existem os 05 Ambulatórios de Saúde Mental para acompanhamento especializado em psicologia e psiquiatria e 8 UPAS que realizam suporte a situações de urgência psiquiátrica. Há previsão de expansão da rede de CAPS com implantação de novos equipamentos de acordo com a demanda identificada nas diferentes regiões do município.
Rede de Atenção a Usuários de Álcool e Drogas
Com o aumento significativo de pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas e as dificuldades destas pessoas de acessarem os serviços, os equipamentos de saúde mental de Curitiba tiveram que se adequar a esta nova realidade. Os Centros de Atenção Psicossocial de Álcool e outras drogas hoje recebem pacientes sem agendamento prévio. Qualquer pessoa que esteja motivada para iniciar o tratamento ou se informar sobre o assunto deve procurar diretamente o CAPS, as Unidade de Saúde e as Unidades de Pronto Atendimento que farão o acolhimento, avaliação, e serão inseridos nos serviço de acordo com os sinais e sintomas apresentados no momento que chegou ao serviço.
A rede de atenção na área de álcool e outras drogas de Curitiba está composta de 06 Centros de Atenção Psicossocial, sendo 3 de funcionamento 24 horas ( CAPS ad III Portão, CAPS ad III Cajuru, CAPS Centro Vida) e os outros com funcionamento até às 18:00 ( CAPS ad Boa Vista, CAPS ad Bairro Novo, CAPS ad Matriz); dois hospitais para internamento integral , um hospital clinico com enfermarias psiquiátricas ; 5 ambulatorios, 1 hospital dia, 8 Unidades de Pronto Atendimento.
Saúde Mental Arte e Cultura
A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) de Curitiba encontra-se em momento de expansão e qualificação, a RAPS composta por Atenção Primária - Unidades de Saúde, Atenção Especializada - APS, e Urgências – UPAs e SAMU, tem ampliado a assistência ao paciente com transtorno mental e/ou usuário de substância psicoativa. Surgem outras vertentes como a reabilitação psicossocial, e Saúde Mental, Cultura e Arte é uma área rica em possibilidades, apoiada pelo Ministério da Saúde, se apresenta com atividades de teatro, música, dança, pintura e literatura, entre outras.
Em Curitiba, destacamos o grupo LoUcos pOr TeAtro, desenvolvido por profissionais da saúde mental, que utiliza o teatro como estratégia de educação em saúde, direcionado para usuários, familiares, profissionais de saúde e comunidade em geral. O objetivo é proporcionar reflexão sobre o tema da Reforma Psiquiátrica, de forma lúdica e criativa. O Grupo de apresentou no ENRAPS, retomando suas atividades com a peça "O Alienista", texto de Machado de Assis, adaptado, que aborda o tema da loucura e do manicômio.
A Arte e a Cultura oferecem inúmeras linguagens, expressam idéias e afetos, e tem em si a possibilidade de ressignificar vidas.
Uma área a ser desenvolvida, com criação de Centros de Cultura e ações intersetoriais. Um desafio para ser conquistado.
Residências Terapêuticas
O Serviço Residencial Terapêutico (SRT), ou Residências Terapêuticas (RT), são casas localizadas no espaço urbano, constituídas para atender às necessidades de moradia de pessoas com transtornos mentais graves, com histórico de longos períodos de internação (dois anos ou mais, ininterruptos), egressas de hospitais psiquiátricos ou hospitais de custódia e tem como objetivos, promover a reinserção social, a reabilitação psicossocial e o resgate da cidadania do sujeito.
Cada módulo residencial deve estar vinculado a um serviço/equipe de saúde mental de referência que dará o suporte técnico profissional necessário ao Serviço Residencial Terapêutico. O acompanhamento dos moradores das residências deve estar em consonância com os respectivos projetos terapêuticos singulares. Tal suporte focaliza-se no processo de reabilitação psicossocial e inserção dos moradores na rede social existente (trabalho, lazer, educação, entre outros).
Rede no Município
Em Curitiba, foram implantadas cinco Residências Terapêuticas - RT’s desde o ano de 2002 e atualmente todas são do tipo I (acolhem no máximo oito moradores, não podendo exceder esse número; bom nível de autonomia). Todas as residências estão vinculadas a um CAPS de referência.
Residências Terapêuticas Tipo II
Diferencia-se da RT Tipo I, em relação ao número de moradores que poderá ser de até 10, considerando que são pessoas com menor autonomia, que necessitam de cuidados intensivos específicos, de forma permanente do ponto de vista da saúde em geral, incidindo em maior aporte de recursos humanos.
Dado o grau de complexidade do perfil dos moradores, demandam ações mais diretivas com apoio técnico diário e pessoal. Atualmente existem no município de Curitiba, nove asilares em processo de desospitalização com transtorno mental grave, associado a outros problemas clínicos ou deficiências, que demandariam os cuidados oferecidos pela RT tipo II.Também poderão se beneficiar desta modalidade, os moradores que residem nas RT's tipo I e que, com o envelhecimento, faz-se necessários cuidados mais específicos.
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