Investir de forma constante no aumento da qualidade de vida e na melhoria da mobilidade urbana. Essa é a determinação da Prefeitura Municipal de Curitiba para atrair e reter os novos talentos da economia criativa. O tema foi apresentado pela presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento, a economista Gina Paladino, em palestra na Semana D – evento voltado ao Design que se encontra em sua quarta edição consecutiva.
Segundo Gina Paladino, a economia criativa está no topo da pirâmide econômica em função de seu imenso valor agregado. “Trata-se de uma atividade diferenciada, que tem como matéria prima o conhecimento, as ideias e o pensamento criativo. Por isso, os profissionais recebem remuneração bem acima da média do mercado”, explica. Enquanto a média de remuneração nas demais atividades econômicas gira em torno de R$ 2,5 mil, na economia criativa a média salarial é de R$ 3,6 mil.
A economia criativa se caracteriza por atividades que associam criatividade e inovação e são fundamentais para o aumento da competitividade. Entre as principais áreas relacionadas à economia criativa estão design, moda, arquitetura, artes performáticas, produção de jogos de computador e de filmes, artes e antiguidades, televisão e rádio, artesanato e edição, além de outras atividades relacionadas à produção de conhecimento.
De acordo com dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), Curitiba é a segunda cidade brasileira que mais atrai e retém talentos nessa área. Em 2010, a cidade recebeu 34.945 migrantes que atuam na economia criativa e perdeu 22.433 talentos para outras cidades, resultando num saldo positivo de 12.512 profissionais. O primeiro lugar ficou para a cidade de Brasília que recebeu 42.900 migrantes, teve 25.570 emigrantes e ficou com um saldo positivo de 17.330 profissionais do setor. De acordo com o Mapa de Estabelecimentos Formais Criativos levantado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, Curitiba possui 19.263 empresas no setor que geram 22 mil empregos formais diretos.
O perfil do profissional que atua na economia criativa é composto por pessoas jovens, com menos de 30 anos, solteiras ou recém casadas, que desejam morar na área central da cidade, não querem fazer grandes deslocamentos para ir ao trabalho e não fazem questão de ter um automóvel. Por fim, almejam um lugar próximo do grande polo econômico de São Paulo, mas não desejam morar lá. Tudo isso transforma Curitiba em uma cidade estratégica para os profissionais que atuam na área.
“Por isso, o poder público busca atrair empreendimentos residenciais para a área central e investe na melhoria da mobilidade urbana, na implantação de novas estruturas cicloviárias e no incremento do transporte público. Já a iniciativa privada tem um grande nicho a explorar: a criação de espaços colaborativos de trabalho, pois esses jovens não querem ficar isolados. Eles desejam atuar em sistemas de coworking”, destaca Gina Paladino.
A Semana D, realizada no Museu Oscar Niemayer, foi é promovida pelo Centro Brasil Design e Prodesign>pr e tem patrocínio do Sebrae, Apex-Brasil, Unicuritiba, Senai, Gráfica capital e Brainbox.